A equipe do Facetubes (www.facetubes.com.br) decidiu abrir esta matéria com um nordestino dos mais competentes que (desde o princípio) levou o nome da música do Maranhão além fronteiras e oportunizou muitos cantores, compositores do Estado a se apresentarem no eixo Rio-São Paulo, numa época que era muito difícil alcançar um sucesso sem o 'chicote' das grandes gravadoras. A referência é UBIRATAN SOUSA. Esse cara é tão genial que centenas de opiniões enaltecem seu trabalho de norte a sul do pais. Uma dessas opiniões é a do maestro Wagner Ortiz sobre a postagem recente da música "Curió", de Ubiratan Sousa. Leiam:
"(...) Quero dizer que Carrasqueira é um dos mestres que são minhas referência.
Agradeço a generosidade e humildade que ele sempre teve quando lhe falei Antonio Carrasqueira é um dos nossos melhores flautistas eruditos e com certeza o melhor do popular.Trouxe a linguagem do choro para as aulas de flauta erudita, além de sempre desenvolver com sua irmã e outros colegas, projetos de apoio à música brasileira. Quando eu era mais jovem o seguia em seus concertos que me inspiravam a estudar e escrever música para flauta. Escrevi várias peças em homenagem a ele, uma delas é o Concerto Passarinho, que se chamaria Curió, pois tu contaste a história desse quinteto, dizendo que ele assoviava muito bem o som dos pássaros, isso eu presenciei.Este artista tem muitas habilidades, como a de compositor. Entre várias peças, escreveu uma linda música ao mini beija-flor, a Pacha Mama, que mostra o quilate desse grande nome da música, além de enaltecer sua família de músicos talentosos.
Tu foste o responsável por ter conhecido, realmente, o artista Carrasqueira. Foi por meio do Curió. Quando editei teu concerto, junto levei o manuscrito da obra Curió e passei a conhecer a história. Além disso, muitas gravações de tua obra têm a participação dele.
Quanto à tua obra, ela evoca uma paisagem linda e impressionista, os sons dos acordes longínquos de quinta e quarta aumentadas criam a atmosfera holística, seguindo o estilo da tua obra Parsifal, é como se o Curió pairasse sobre os ares musicais retratados nessa harmonia. A melodia é o pássaro, os movimentos melódicos. O canto do Curió é, musicalmente falando, interessante, trata-se de intervalos de terça bem definidos e seguem um caminho lógico. A meu ver, a peça, para ser mais popular e seguir no estilo de quinteto de sopros, poderia ter mais dois movimentos, um rápido e uma dança. Parabéns Ubiratan, pela Bela Obra! (...)".
NORDESTE EM ALTA
FERREIRA GULLAR é um dos nomes mais espetaculares da poesia mundial, sendo um autêntico nordestino. Na poesia matuta, Jessier Quirino é simplesmente imbatível. Patativa de Assaré é outro ícone nordestino. Falamos dos maranhenses que abriram as portas para a autêntica música regional: Chico Maranhão e Giordano Mochel. Foram os pioneiros no nível Brasil. E por fim, o acadêmico APB, Pedro Sampaio, enviou matéria sobre esta data, relevante para todos nós.
Antes da gente ir embora "pro passado", uma matéria interessante do Jornal do Commercio do Recife e vídeos de nordestinos que são simplesmente a juçara e o caju mais doces do eterno verão da molecada.
Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira (São Luís, Maranhão, 10 de setembro de 1930) é um poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro.
Muitos outros poetas nordestinos desenvolveram trabalhos poéticos especiais. Ferreira Gullar é um deles. Com uma longa história escrita em Cordel: "João Boa-Morte. Cabra marcado pra morrer". Vale ler até o fim. O link é da página LITERATURA FUNDAMENTAL. Inclui também vídeo contando a história da Literatura de Cordel:
https://literaturaefundamental.wordpress.com/2016/04/16/a-poesia-de-ferreira-gullar/
Mais abaixo um vídeo histórico de Ferreira Gullar em entrevista para o canal Fronteiras do Pensamento. Ferreira Gullar, poeta, crítico de arte e ensaísta, ilustra o nascimento da poesia a partir de uma situação pessoal. Da experiência repetida, surge um encantamento, revela-se uma nova visão sobre algo já conhecido. Abre-se um novo mundo até então nunca vivido: “É isso que faz o encantamento da poesia, porque o resto é tudo previsto.” Conferencista do Fronteiras do Pensamento 2015.
A matéria do Jornal do Commercio, abaixo:
Dia do Nordestino: a importância de contar o Nordeste pela nossa própria história
Neste 8 de outubro, comemora-se o Dia do Nordestino - povo responsável por grande parte da formação do que hoje entendemos como Brasil, e que continua sendo alvo de estereótipos e preconceitos. Uma das matérias interessantes que saiu hoje com referência ao Dia do Nordeste foi no Jornal do Commercio, do Recife. A matéria vem assinada por Katarina Moraes. Jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde julho de 2019, faz parte da equipe do JC.COM.BR. Atualmente, como repórter de Cidades e titular da coluna Meu Pet, de Recife, Pernambuco. Tem Treinamentos do Google de SEO e do Facebook sobre mídias digitais, Curso de Marketing Digital pela Universidade de São Paulo (USP); Curso de Comunicação Empresarial pela Universidade de Califórnia.
Para acessar esta matéria, o link é o seguinte:
JESSIER QUIRINO:
Quanto ao nordestino Jessier Quirino, um dos primeiros desbravadores para a grande mídia da poesia matuta, nesta entrevista, diz algumas verdades. Responde perguntas e fala sobre o uso de palavrões em suas poesias. E sobre o "maior palavrão que já ouviu".
SERVIÇO: Quarta parte da entrevista concedida por Jessier Quirino, para o Programa Literato - do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) em Fortaleza/CE, no dia 25/04/2006
Jessier Quirino e um de seus mais famosos poemas: VOU-ME EMBORA PRO PASSADO.
CHICO MARANHÃO:
Outra apresentação antológica de um maranhense bem nordestino: Chico Maranhão, na TV Cultura. Quem não viu, esta é a grande chance de conhecer:
GIORDANO MOCHEL:
Uma música que escolhi porque ela abriu os caminhos da música do Maranhão e do Bumba Meu Boi para o Mundo. Essa música do grande Giordano Mochel, maranhense. Uma composição que obteve o 1 lugar, Prêmio Pesquisa no Festival da Rede Globo-Shell/1982- arranjos de Ubiratan Sousa, autoria de Rosa Mochel e Mochel, com interpretação do autor. Há mais de 30 anos essa música é o simbolo das adaptações populares da música-toada, integrando-a definitivamente na lista da Música Popular Brasileira/MA. Uma das melhores composições do MPB SHELL 1982. Portanto, esta publicação aqui neste Facetubes (agradeço ao Mhario), ficará para a história e nas nuvens também. Falou Mochel, falou Boi Vagalume.
Nota do Editor: quem quiser conhecer mais de Mochel, o Facetubes e a rádioweb do Facetubes prepararam uma homenagem a ele recentemente. Está no link:
PEDRO SAMPAIO:
Acaba de receber o honroso título de Cidadão Groairense. E Por que? Em razão do Cordel MORORÓ PADRE VERSUS TIRANIA, que versa sobre a importância do Groairense Herói e Mártir da Confederação do Equador e que é patrimônio nordestino Imortal, Padre Mororó
Aproveitando a data, entre os confrades da APB, Pedro Sampaio envia uma homenagem ao 8 de Outubro, veja abaixo:
Minha Nordestinidade: abraçando a poesia
Pedro Sampaio: Dia do Nordestino
Sou sim, filho do Nordeste
Com muita satisfação
Enfrento a seca e a peste
Pra defender o meu torrão
Eu vivo as emoções
De todas suas tradições
Que causa tanta alegria
E muita felicidade
É a minha nordestinidade
Abraçando a poesia
Nordeste da vaquejada
Da festa de apartação
Da poesia rimada
Falando de Lampião
Que da história é um pedaço
Com sua luta no cangaço
Quando das volantes fugia
Invadia sertão e cidade
É a minha nordestinidade
Abraçando a poesia
Quem no Nordeste não foi?
Se esbaldar, se divertir
Vê papangús em festa de boi
E também o boi cair
Ou então se encantar
Com um vaqueiro a aboiar
Qualquer um se arrepia
Com seu canto de saudade
É a minha nordestinidade
Abraçando a poesia
Nordeste de Luiz Gonzaga
E seu Jackson do pandeiro
Estrelas que não se apagam
De asa branca e boiadeiro
De Marinês e sua gente
De forró e mulher quente
Feito o sol do meio dia
Que causa felicidade
É a minha nordestinidade
Abraçando a poesia
Nordestino que se preza
Defende e ama seu torrão
Pro Padim Ciço ele reza
Também pra Frei Damião
Toca, dança um bom forró
O baião xote e xaxado
Faz no salão levantar pó
E na fé é devotado
Na serra, sertão e mar
Nordestino vai lutar
É autêntico baladino
De orgulho hoje me cubro
Hoje oito de outubro
É dia do Nordestino
Pedro Sampaio
Nota do Editor: agradeço a todos que participaram desta página idealizada pelo jornalista teresinense, amigo da APB, Amâncio Jurerê, pesquisador ferrenho das coisas e dos mundos paralelos do nordeste. E a última que Amâncio enviou:
PATATIVA DE ASSARÉ:
"(...) Não tenho sabença, pois nunca estudei
Apenas eu seio o meu nome assiná
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre
E o fio do pobre não pode estudá
Meu verso rastero, singelo e sem graça
Não entra na praça, no rico salão
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito
E às vezes, recordando feliz mocidade
Canto uma sodade que mora em meu peito".
Patativa de Assaré