MOCHEL: um belo coração maranhense do tamanho da música do Brasil
NE: Este é um programa do FacetubesradiowebTV, com direção e produção do jornalista Mhario Lincoln e co-produção de Wellington Reis, a quem, a direção do Facetubes agradece imensamente pela oportunidade de ter tido acesso aos originais do Vinil BOQUEIRÃO - foto.
(Texto de Giordano Mochel)
Foi assim, assim é, camarada e enquanto eu persistir, assim será...
Quando no início dos anos 80, desembarcamos em São Paulo, a nossa primeira tarefa era um festival na Globo, e assim trazíamos um grupo grande de músicos maranhenses: Ubiratan, Xavier, Erivaldo, Manoel Pacífico, e aqui nos juntamos a Chico Saldanha, Pedrão, Nazaré e Tião Carvalho. Com a gente estava ainda Dércio e Doroty Marques e a ajuda de Tacito Borralho pra uma arrumada nas questões cênicas... Era um boi, o Auto do Boi Vagalume, feito para uma peça de teatro para crianças de Rosa Mochel no Maracanã.
Fomos bem, o grupo agradou. Ganhamos o premio especial do festival, que me foi entregue pelo grande amigo João do Vale, num dia de festa para todos.
Mas isso era um começo, e a partir de então passamos a trabalhar os nossos shows, ainda com o grupo inteiro, às vezes com companhias inesperadas e inesquecíveis como Beto Pereira, Pitoco, Edmilson Capellupi e muitos outros, pelas terras de São Paulo, Rio, Minas... O grupo foi aos poucos se dissolvendo com muitos tocando seus próprios barcos, e outros montando seus projetos... Mas a musica é uma labareda intransponível, apesar dos trabalhos feitos por um e por outro, estávamos sempre próximos e participando das realizações e feitos de cada companheiro...
Depois de produzir e participar de muitos shows, discos e projetos, meus e de muitos, era urgente o registro de meu trabalho... Ainda trazia uma carga enorme de elementos de Maranhão em minhas músicas... Isso tinha que ser registrado... Então veio o Boqueirão... Disco ... O nome, de maré nervosa da baia de São Marcos, era também uma porta entre a vida urbana e o tempo da baixada e interior do Maranhão...Música que tinha feito para um festival maranhense dos anos 70... Ficou...
Nele, procurei colocar as canções que tinham não só a ver com as coisas da terra, mas principalmente que contassem, de certa forma a história de minha vida até então...
O mar, a água, foram uma trilha que risquei, para escolher as músicas, começando por Boqueirão e sua passagem entre mundos, Biana que por ser uma canoa de quilha, permite o desvario de pescar sonhando, falar de Vinhais, antes da explosão urbanística da cidade... As barcas que traziam e levavam pessoas da ilha para o continente pelas baias de São Marcos e São José com “Santa Luzia, Santa Rita, Santa Fé”, lembrar a Ilha do Livramento que nos recebe em Alcântara... Tinha que cantar Bacurituba, terra de minha mãe na baixada maranhense (fiz com meu irmão Luís, músico como eu).. Aí também os fragmentos de minha vida pelo barulho e festa da cidade, Claricidade, Rita, Maravilhar pra sentir o cheiro e gosto do guaraná Jesus... E ainda, Zazá numa parceria com o mestre Ubiratan Sousa...
Muito foi feito com produção de discos e shows, e gravações com tanta gente que nunca me deixará, como Vital França, Titane, Doroty, Tião Carvalho, Katya Teixeira, Diana Pequeno, Saulo Laranjeiras, João Bá, Danny Lasálvia, Dércio Marques, Fátima Passarinho, Boi Barrica, Gabriel Melônio, Ubiratan, Luanda e Cao e sei lá mais quem que vou esquecendo por aqui...
Foi assim, assim é, camarada e enquanto eu persistir, assim será...
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Ouça a íntegra do programa no FacetubeswebrádioeTV. Clique no link abaixo:
https://soundcloud.com/user-136908448/mochel-premio-sharprevelacao-1993
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