Domingo, 08 de Setembro de 2024 02:38
editor-sênior, jornalista Mhario Lincoln
Brasil SEMANA NAURO

Carlos Cunha. Dois grandes poetas, duas linhas de pensamento lírico, que se juntam para celebrar a poesia brasileira

"Há uma convergência entre o ideal e a realidade. E uma síntese difícil neste mundo marcado por contratempos e incertezas. Nauro sabe estabelecer essa harmonia, porque personifica idéias e sentimentos vividos com muita sinceridade." CC.

02/08/2024 19h47 Atualizada há 1 mês
Por: Mhario Lincoln Fonte: Carlos Cunha/ Nauro Machado
Arte: MHL
Arte: MHL

Carlos Cunha (Agosto de 1995).

Quem não conhece o poeta Nauro Machado nesta ilha dos amores e rebelde ao mesmo tempo? O poeta desfruta de uma larga popularidade nesta cidade, de cuja alma é um dos nossos mais profun dos conhecedores. Nauro Machado penetra fundo no espírito desta província de tradições seculares e imemoriais. O poeta aqui construju uma das obras mais sólidas das últimas gerações de escritores maranhenses. 
Em São Luís, o seu talento conseguiu edificar um dos mais grandiosos monumentos do existencialismo. Existencialismo, de quem sofre, ama, deseja e sente como poucos o lado absurdo do viver do homem na terra.


Aliás, já tivemos outras oportunidades de nos reportar à sua poesía. Sua obra expandiu além fronteiras e atualmente é conhecida e celebrada por criticos notáveis. Isto sem falar nas traduções estrangeiras. É um poeta universal tanto em termos de divulgação quanto na sua criatividade. Universal porque os seus poemas traduzem os sentimentos humanos na sua totalidade, acima das limitações ideológicas.
(...). 


O poeta escreve por uma vocação legítima e autêntica. Não pára. Anualmente, publica através de editoras do Sul do País um número significativo de trabalhos poéticos. E assim vai construindo um patrimônio literário dos mais sólidos. E ainda tem pela frente toda uma existência para multiplicar sua produção. Esta é sua disposição pelo que observamos. Jamais pretende parar de escrever. Isto manifesta o verdadeiro dom de que é possuído pela arte poética. Ele a encarna com tamanha emoção e consciência que seria difícil dissuadi-lo a abandonar o reino das musas."


A Ilha vai aprendendo com o poeta a valorizar a poesia como algo eterno e insuperável. Algo que existe desde que o homem é homem. Nauro é portanto o herdeiro de nossas mais caras tradições artísticas. O verbo é sua arma para enfrentar as intempéries da vida, suas marchas e contramarchas. Suas esperanças e desenganos.


O poeta é coerente não só no que toca à linha existencialista que abraçou, mas, também, como pessoa - pai de família exemplar, filho temo e um cidadão de qualidades notórias. Divide entre a poesia e sua família os mais belos sentimentos de fraternidade, comunhão de ideais e de solidariedade humana. Há uma sintonia entre uma coisa e outra. Há uma convergência entre o ideal e a realidade. E uma síntese difícil neste mundo marcado por contratempos e incertezas. Nauro sabe estabelecer essa harmonia, porque personifica idéias e sentimentos vividos com muita sinceridade.


Existe essa identificação visceral entre o autor e a obra. Alguns críticos acham que se deve ficar apenas na obra e desprezar o autor, alegando que a objetividade em crítica literária é o mais importante. Essa tendência dentro da crítica foi uma reação contra o subjetivismo exagerado que predominava em trabalhos de várias gerações de criticos. Mas, a chamada objetividade caiu no mesmo errro do impressionismo. Parece que o ideal é a gente contemplar os dois aspectos que estão interligados por uma estrutura una e indissolúvel.


Por isso, neste pequeno trabalho, sem grandes pretensões, preferimos nos ater aos dois lados que formam a personanda-de do poeta Nauro Machado. Fizemos uma rápida abordagem em torno do autor e da obra, traçando contornos gerais. Sua obra é bastante volumosa para ser esgota da no espaço destas linhas. 


De qualquer modo, entendemos que delineamos o seu perfil, tentando descer aos aspectos mais relacionados com as emoções e os sentimentos.  O poeta continua palmilhando as ruas históricas de São Luis, no seu dia-a-dia, de noites, madrugadas e auroras, que ele bem conhece. Conhece de uma forma bem diferente do comum dos mortais. Conhece com a sensibilidade de quem desvenda mistérios e decifra segredos. (...)".

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Raimundo FonteneleHá 1 mês São Luís MaÉ preciso registrar o magistral esforço que o poeta Mhario Lincoln emprega na sua missão de semear, neste mundo perverso e enganoso, a verdade que se manifesta na Cultura e na Arte, em todas as suas formas. O semeador neste artigo é o poeta Carlos Cunha que apresenta-nos sua visão crítica e humana a respeito da poesia do grande aniversariante do mês: Nauro Machado, que faz parte da minha trilogia poética maranhense. Os outros dois, Gonçalves Dias e Souzândrade.
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