Carlos Cunha (Agosto de 1995).
Quem não conhece o poeta Nauro Machado nesta ilha dos amores e rebelde ao mesmo tempo? O poeta desfruta de uma larga popularidade nesta cidade, de cuja alma é um dos nossos mais profun dos conhecedores. Nauro Machado penetra fundo no espírito desta província de tradições seculares e imemoriais. O poeta aqui construju uma das obras mais sólidas das últimas gerações de escritores maranhenses.
Em São Luís, o seu talento conseguiu edificar um dos mais grandiosos monumentos do existencialismo. Existencialismo, de quem sofre, ama, deseja e sente como poucos o lado absurdo do viver do homem na terra.
Aliás, já tivemos outras oportunidades de nos reportar à sua poesía. Sua obra expandiu além fronteiras e atualmente é conhecida e celebrada por criticos notáveis. Isto sem falar nas traduções estrangeiras. É um poeta universal tanto em termos de divulgação quanto na sua criatividade. Universal porque os seus poemas traduzem os sentimentos humanos na sua totalidade, acima das limitações ideológicas.
(...).
O poeta escreve por uma vocação legítima e autêntica. Não pára. Anualmente, publica através de editoras do Sul do País um número significativo de trabalhos poéticos. E assim vai construindo um patrimônio literário dos mais sólidos. E ainda tem pela frente toda uma existência para multiplicar sua produção. Esta é sua disposição pelo que observamos. Jamais pretende parar de escrever. Isto manifesta o verdadeiro dom de que é possuído pela arte poética. Ele a encarna com tamanha emoção e consciência que seria difícil dissuadi-lo a abandonar o reino das musas."
A Ilha vai aprendendo com o poeta a valorizar a poesia como algo eterno e insuperável. Algo que existe desde que o homem é homem. Nauro é portanto o herdeiro de nossas mais caras tradições artísticas. O verbo é sua arma para enfrentar as intempéries da vida, suas marchas e contramarchas. Suas esperanças e desenganos.
O poeta é coerente não só no que toca à linha existencialista que abraçou, mas, também, como pessoa - pai de família exemplar, filho temo e um cidadão de qualidades notórias. Divide entre a poesia e sua família os mais belos sentimentos de fraternidade, comunhão de ideais e de solidariedade humana. Há uma sintonia entre uma coisa e outra. Há uma convergência entre o ideal e a realidade. E uma síntese difícil neste mundo marcado por contratempos e incertezas. Nauro sabe estabelecer essa harmonia, porque personifica idéias e sentimentos vividos com muita sinceridade.
Existe essa identificação visceral entre o autor e a obra. Alguns críticos acham que se deve ficar apenas na obra e desprezar o autor, alegando que a objetividade em crítica literária é o mais importante. Essa tendência dentro da crítica foi uma reação contra o subjetivismo exagerado que predominava em trabalhos de várias gerações de criticos. Mas, a chamada objetividade caiu no mesmo errro do impressionismo. Parece que o ideal é a gente contemplar os dois aspectos que estão interligados por uma estrutura una e indissolúvel.
Por isso, neste pequeno trabalho, sem grandes pretensões, preferimos nos ater aos dois lados que formam a personanda-de do poeta Nauro Machado. Fizemos uma rápida abordagem em torno do autor e da obra, traçando contornos gerais. Sua obra é bastante volumosa para ser esgota da no espaço destas linhas.
De qualquer modo, entendemos que delineamos o seu perfil, tentando descer aos aspectos mais relacionados com as emoções e os sentimentos. O poeta continua palmilhando as ruas históricas de São Luis, no seu dia-a-dia, de noites, madrugadas e auroras, que ele bem conhece. Conhece de uma forma bem diferente do comum dos mortais. Conhece com a sensibilidade de quem desvenda mistérios e decifra segredos. (...)".
Mín. 17° Máx. 32°
Mín. 19° Máx. 33°
Parcialmente nubladoMín. 18° Máx. 33°
Tempo nublado