Os livros que todos deveriam ler, antes de morrer!

Redação do Facetubes.

NE: O FACETUBES fez uma rápida enquete com seus leitores e descobriu quais livros estão sendo lidos este ano, pela maioria dos participantes, cujas idades variaram entre 17 e 60 anos. A pesquisa foi enviada por e-mail a pessoas que de uma forma ou outra, já leram a plataforma, ao longo deste ano.  Acho que, ao final, foram indicadas obras de imersão em diferentes perspectivas literárias e experiências humanas, cada um abordando questões universais de maneira única. 

A seguir, uma análise crítica de cada obra, complementada pela análise, também, da redação do FACETUBES:

1. O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa

Análise Crítica: Fernando Pessoa, através de seu heterônimo Bernardo Soares, nos apresenta em "O Livro do Desassossego" uma obra introspectiva que se destaca pela fragmentação e pela profundidade reflexiva. O livro é um misto de diário íntimo, ensaios filosóficos e poesia em prosa, onde a angústia existencial e a sensação de desconexão do mundo exterior são exploradas em profundidade. A obra desafia as convenções literárias tradicionais, pois não segue uma narrativa linear, mas se constitui de pensamentos dispersos, capturando a complexidade da mente humana em sua constante busca por significado.

Outra opinião: Segundo o crítico literário Richard Zenith, O Livro do Desassossego "é uma das mais fascinantes explorações da condição humana já registradas na literatura". Zenith destaca como Pessoa, através de Bernardo Soares, cria um universo literário que é ao mesmo tempo íntimo e universal, tornando a leitura uma experiência profundamente pessoal e ao mesmo tempo filosoficamente enriquecedora.

2. Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

Análise Crítica: "Quarto de Despejo" é um diário poderoso que expõe as duras realidades da vida nas favelas de São Paulo, escrito por Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra, pobre e semianalfabeta. Através de sua narrativa direta e impactante, Carolina nos oferece uma visão crua e sem adornos da pobreza extrema, da fome e da luta diária pela sobrevivência. Sua escrita, embora simples, é carregada de emoção e autenticidade, dando voz a uma parcela da população brasileira muitas vezes esquecida ou ignorada. A obra não só documenta as dificuldades vividas por Carolina e sua comunidade, mas também denuncia as injustiças sociais e a desigualdade estrutural do Brasil.

Outra opinião: a professora e crítica literária Conceição Evaristo afirma que Quarto de Despejo é "um marco na literatura brasileira, não apenas por sua importância documental, mas por seu valor literário intrínseco". Evaristo ressalta que a obra de Carolina Maria de Jesus rompeu com as barreiras do preconceito e trouxe à tona a realidade das vozes marginalizadas, desempenhando um papel crucial na literatura brasileira e na luta por igualdade social.

O Facetubes disponibiliza essa obra, free, a fim de que todos conheçam essa obra prima. Nesse link existe opções de baixar e ler o texto integra: Clique abaixo e leia:

https://www.researchgate.net/publication/373470488_QUARTO_DE_DESPEJO_DIARIO_DE_UMA_FAVELADA_-_A_ESTETICA_DA_RECEPCAO_E_A_PRODUCAO_DE_SENTIDOS

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3. A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

Análise Crítica: "A Hora da Estrela" é a obra final de Clarice Lispector e uma das mais emblemáticas. O livro narra a vida de Macabéa, uma jovem nordestina que vive no Rio de Janeiro, em uma existência de anonimato e insignificância. A narrativa, conduzida por um narrador que constantemente reflete sobre o ato de escrever, é uma exploração da alienação, da pobreza e da condição feminina. Clarice utiliza uma linguagem simples, mas profundamente poética, para capturar a tragédia da vida de Macabéa, uma personagem que, embora aparentemente sem importância, carrega consigo a complexidade da existência humana.

Outra opinião: para o crítico Benedito Nunes, A Hora da Estrela é "um retrato brutal e comovente da miséria humana, ao mesmo tempo que é uma meditação sobre o próprio processo de criação literária". Nunes elogia a habilidade de Lispector em combinar a simplicidade narrativa com uma profundidade filosófica, criando uma obra que é ao mesmo tempo acessível e intelectualmente desafiadora.

4. O Vermelho e o Negro, de Stendhal

Análise Crítica: "O Vermelho e o Negro" é um dos grandes romances do século XIX, oferecendo uma crítica mordaz da sociedade francesa da época. Stendhal conta a história de Julien Sorel, um jovem ambicioso que busca ascender socialmente através de sua inteligência e charme, mas que acaba se enredando em intrigas amorosas e políticas. O romance é uma exploração do conflito entre paixão e razão, bem como uma análise da hipocrisia social e das ambições desmedidas. Stendhal utiliza o personagem de Sorel para ilustrar as tensões entre o idealismo e a realidade brutal da vida social e política da França pós-napoleônica.

Outra opinião: O crítico literário Harold Bloom descreveu "O Vermelho e o Negro" como "um romance que combina a astúcia psicológica com uma visão cínica e realista da sociedade". Bloom destaca a habilidade de Stendhal em criar personagens complexos e multifacetados, ao mesmo tempo em que expõe as falhas e os vícios da sociedade em que vivem, tornando o romance um estudo atemporal do caráter humano.

Conclusão
Cada uma dessas obras oferece uma oportunidade única de reflexão sobre diferentes aspectos da condição humana, desde as profundezas da alma individual até as estruturas sociais que moldam nossas vidas. Ler esses livros ainda este ano não é apenas um exercício literário, mas um mergulho profundo em questões filosóficas, sociais e existenciais que continuam a ressoar com força no mundo contemporâneo.