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Zelda Fitzgerald: a escritora negligenciada pelo marido e pela história

Você conhece essa história?

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Editoria de Cultura da Plataforma do Facetubes
19/02/2025 às 10h11
Zelda Fitzgerald: a escritora negligenciada pelo marido e pela história
(Divulgação).

“Zelda foi o espírito de uma rebelião imprudente que dominou a década de 1920, e seu infortúnio foi também ter sido uma de suas vítimas”. Zelda: uma biografia, de Nancy Milford,

A experiência de Zelda reflete muitos episódios em que mulheres criativas foram silenciadas ou tiveram seus talentos usurpados ao longo da história. (Facetubes).

 


O nome dela era Zelda Fitzgerald. Ao longo dos anos, ela foi subestimada e encarcerada em uma instituição psiquiátrica. Seu “erro”? Ter sido uma mulher que se expressava livremente em uma sociedade que estava contida.

 

Hoje, muitos ainda a conhecem apenas como a “esposa” do renomado escritor F. Scott Fitzgerald. Poucos se davam conta de que ela também pintava, escrevia e deixava transparecer, em cada gesto, uma mulher que vivia além das convenções de sua época. Zelda dirigia seu próprio carro, usava os cabelos curtos e amava sem hesitação.

 

Foi dessa forma intensa que conheceu F. Scott Fitzgerald — alguém que se tornaria um dos grandes nomes da literatura americana. Fascinado, ele encontrou em Zelda inspiração para vários de seus trabalhos. Uma mulher livre, afinal, é um acontecimento arrebatador que transforma tudo ao seu redor.

 

Mas, ao mesmo tempo em que se encantava por sua energia, Scott se mostrava incapaz de lidar com a plenitude artística e pessoal de Zelda. Começou a sabotar suas pinturas, apropriou-se de fragmentos de seus escritos e, com o passar do tempo, esse comportamento ciumento se tornou sufocante. Como uma ave de asas largas, Zelda não conseguiu suportar essa gaiola.

 

Capa.

Nesse contexto, ela escreveu o romance Save Me the Waltz, (em tradução livre algo como, "Salve-me a Valsa"), usando a ficção para contar a história dos dois: um homem que não compreende a diferença entre o amor e possui e uma mulher decidida a não perder a própria essência. 

 

Porém, Scott exerceu forte influência para mantê-la internada, o que fez com que Zelda fosse submetida a uma série de procedimentos invasivos, incluindo eletrochoques. Infelizmente, ela nunca se recuperou completamente. Privada de sua voz e de sua liberdade, encontra boa parte de sua vida confinada em um hospital psiquiátrico.

 

A experiência de Zelda reflete muitos episódios em que mulheres criativas foram silenciadas ou tiveram seus talentos usurpados ao longo da história. Mesmo hoje, há riscos de vozes femininas serem abafadas. Por isso, é urgente reafirmar: a voz de uma mulher é sua maior força revolucionária.

 

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Silvânia TamerHá 3 semanas São Luis Excelente texto. A memória dessa escritora, deve ser perenidade com trabalhos como esse seu. Parabéns!
JaimeHá 3 semanas BSB/DFParabenizo presidente por trazer a história dessa senhora e pelo valioso alerta:" mulheres criativas foram silenciadas ou tiveram seus talentos usurpados" e "a voz de uma mulher é sua maior força revolucionária". Aplausos de pé, a cada publicação, o senhor trás mensagens, que não só engrandecem, como essas acima, que ajudam a combater, qualquer tipo de tentativa de neutralizar e não valorizar as mulheres.
alcina maria silva azevedoHá 3 semanas Campinas SPGrandiosa Zelda! Mais uma voz feminina que é obrigada a se calar, pela maldade e ignorância humana. Ainda perdura em nossos tempos, essa incompetência de alguns homems ciumentos e doentes, a emudecerem mulheres talentosas e lindas.
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