“Cães são nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem o mal, o ciúme ou o descontentamento. Sentar com um cão em uma encosta em uma tarde gloriosa é voltar ao Éden, onde não fazer nada não era chato - era paz."

A profunda reflexão de Milan Kundera sobre a natureza angelical dos cães encontra eco na ciência da Terapia Assistida por Animais (TAA). Quando o escritor descreve a paz de estar com um cão como um "retorno ao Éden", ele captura, poeticamente, o mesmo fenômeno que pesquisadores comprovam em estudos: a interação com cães nos reconecta com nosso estado mais puro de calma e aceitação, justamente todos nós e pelos pacientes da terapia que tanto necessitam.

Desde a infância, os cães sempre estiveram ao meu lado, não apenas como animais de estimação, mas como confidentes silenciosos, capazes de oferecer conforto nos mais variados momentos, onde apenas a presença dele, o olhar para mim era transformador. Sua lealdade incondicional, sua capacidade de perceber emoções  e sua pura alegria de viver, tornaram-se fontes de inspiração tanto para minha vida quanto para minha escrita. Mas essa relação não se resume apenas ao discurso, ela é respaldada pela ciência. Pesquisas demonstram que a interação com cães reduz os níveis de cortisol (hormônio do estresse), aumenta a produção de serotonina e oxitocina (neurotransmissores ligados ao bem-estar) e fortalece a sensação de segurança emocional. (Fonte: https://l1nq.com/eWdvO )

Em grande parte dos meus livros, os cães não são meros coadjuvantes, mas personagens essenciais, fiéis companheiros, e até mesmo catalisadores de transformação. Essa escolha vai além do amor que nutro por esses animais; é fruto de uma convicção profunda, baseada não apenas em vivências pessoais mas em estudos, de que a presença deles promove benefícios emocionais, cognitivos e sociais inestimáveis. 

Na literatura, esses animais assumem um papel simbólico poderoso: representam a pureza das emoções, a resiliência diante das adversidades e a capacidade de amar sem julgamentos. Em minhas histórias, principalmente no livro Interagindo com Lucas, que é autista, ele muitas vezes atuam como pontes entre personagens, facilitando conexões que, de outra forma, seriam difíceis de estabelecer, e é por isso que eles ocupam não apenas meu coração, mas também as páginas dos meus livros.

Este texto não é apenas uma declaração de amor aos cães, mas uma reflexão sobre como sua influência vai muito além do carinho, eles são terapeutas de quatro patas, guardiões da saúde mental e, acima de tudo, lembretes diários de que a terapia Assistiva com Animal é uma realidade, lembrando que os cães estão sempre  dispostos a nos oferecer conforto sem pedir nada em troca.

O contato com animais, como cães, gatos, cavalos e até mesmo coelhos, estimula a liberação de hormônios como oxitocina, serotonina e dopamina, que estão associados ao bem-estar e à redução do cortisol (hormônio do estresse). Essa interação ajuda a: 

- Reduzir ansiedade e depressão:  A presença de um animal oferece conforto emocional, diminuindo sentimentos de solidão e isolamento. 

-Aumentar a autoestima: O vínculo afetivo com o animal fortalece a sensação de aceitação e valorização. 

-Controlar crises emocionais:  Em casos de transtornos como o autismo e o TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), os animais atuam como facilitadores da estabilização emocional.  

Como referência em Brasília, Walter Isaac, (tutor do Thor) Neuro Psicanalista Clinico, que trabalha com Terapia Assistida com animais, em diversas palestras, o Walter destaca que a Terapia Assistida por Animais (TAA), é uma intervenção terapêutica que facilita  no tratamento e reabilitação de pessoas com diferentes necessidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Essa abordagem tem se mostrado eficaz na melhoria da qualidade de vida, promovendo benefícios significativos no gerenciamento do estresse, na regulação emocional, no estímulo cognitivo e no desenvolvimento de habilidades sociais.

Em relação ao contexto inclusivo, afirmo que auxilia no desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e adolescentes, especialmente aqueles com dificuldades de aprendizagem, transtornos do espectro autista (TEA) , síndromes, paralisia cerebral. Lembrando que as escolas apenas podem autorizar a permanência dos cães de serviço, por isso é fundamental o cadastro do seu pet (maiores informações no final), a interação com animais,  pode transformar a dinâmica de ensino, em pausas reguladoras das emoções, tornando o aprendizado mais prazeroso, significativo e inclusivo. 

A presença de animais na escola não beneficia apenas alunos com deficiência,  ela promove um ambiente mais acolhedor para todos. Crianças tímidas se abrem mais, alunos agitados aprendem a canalizar energia de forma positiva, o sorriso  é conquistado, os hormônios e a turma como um todo, desenvolve maior senso de colaboração. 

A importância de Walter Isaac, à direita, (tutor do Thor), neuro psicanalista clinico, que trabalha com Terapia Assistida com animais. (Foto original do texto).

Em Brasília tive a honra de passar um final de semana com um Lord do Alasca, chamado Thor, um Malamute do Alasca e seu filho Jorge. Thor já apresenta um currículo interessante:  1º cão TAA do Brasil credenciado, Atendimentos realizados no hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e no Hospital Materno Infantil (HMIB), nas UTIS pediátricas,  Atendimento no CrisDown ( Centro de referência no atendimento de crianças com Síndrome de Down) e na Escola Classe 15, participações em palestras, em shoppings, Recebeu certificado da OAB- subseção Sobradinho: Membro da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, o seu filho Jorge, com apenas um ano e meio, já segue os passos do pai. A verdade que estar com estas celebridades, muito me honra, pois não são apenas cães , são terapeutas de quatro patas que levam conforto, alegria e esperança a hospitais, escolas e instituições. Seu trabalho ilustra perfeitamente tudo o que a Terapia Assistida por Animais (TAA) representa: a capacidade única dos animais de tocar corações, quebrar barreiras e facilitar conexões que a medicina e a pedagogia tradicionais, sozinhas, nem sempre conseguem alcançar. 

Ao estar com eles,  pude constatar de perto, como os cães não apenas entendem  as emoções humanas, mas  respondem  a elas de forma direta e terapêutica.  Onde é praticamente impossível passear com eles, sem serem parados, onde o olhar, a presença e os abraços são inevitáveis.

A história de Thor e seu filho Jorge,  reforça o que a ciência já comprova: a interação com animais muda vidas. Seja liberando hormônios do bem-estar, estimulando a comunicação não verbal ou simplesmente oferecendo um abraço peludo em dias difíceis, os cães-terapeutas mostram que a cura nem sempre vem em forma de remédio,  às vezes, ela vem em forma de  olhar terno e uma pata estendida. 

E é por isso que, em meus livros, assim como na vida real, os cães nunca são apenas personagens secundários. Eles são agentes de transformação, lembretes de que o amor mais puro não exige palavras, e de que a terapia mais poderosa pode ser tão simples quanto um cachorro que se deita ao lado de quem precisa, sem perguntas, sem julgamentos, apenas estando presente.

Thor e Jorge são cães credenciados para apoio emocional e o credenciamento facilita sua entrada e permanência em diversos estabelecimentos, para credenciar seu pet , entre em contato no direct do instagram @lordthor que será repassado as orientações e esclarecimento.

 Que todos os cães-terapeutas do mundo continuem inspirando escolas, hospitais e corações, porque, enquanto houver um cachorro disposto a ajudar, haverá esperança.

Os cães já sabem como ser bons. Cabe a nós aprender com eles.