NAURO MACHADO
sob a mira da Crítica Nacional
O Poeta Nauro Machado prossegue em sua experiência lírica e, já agora com "Segunda Comunhão", não reafirma apenas a vocação porque estrutura o poema e o verso de maneira definitiva. É o domínio do artesanato no sentido de rigor na composição, de segurança na linguagem, incensurável a cobertura técnica. A valorização da temática, uma resultante desse amadurecimento, completa o trabalho poético em todas as exigências literárias. E posso dizer, em conseqüência, que, superando sua própria geração, NAURO MACHADO é um grande poeta. (Adonias Filho. Rio de Janeiro, 6 de novembro de 1964).
Alta e impressionante poesia - (Carlos Drumond de Andrade).
Relevante poeta que se caracteriza por la fuerza expresiva que logra con una gran economia de medios y por la forma que, con su estilo peculiar, profundiza en el conocimiento del hombre y de sus condicionamientos Félix Cucurull (Espanha).
Raros poetas brasileiros terão feito da matéria puramente confessional, uma investigação do ser-no-mundo a níveis tão profundos. (Fábio Lucas).
Não hesito em colocar Nauro Machado entre os grandes poetas do Brasil de hoje, independente de geração ou idade. (Antônio Olinto).
Uma das vozes mais densas e pungentes da moderna poesia brasileira. (Manoel Caetano Bandeira de Melo).
Entre os grandes esquecidos esses de que poucos, raros mesmo falam nesse nosso País em que todos gostam de cultuar as celebridades, relegando os que o são para o mais total esquecimento não me canso de insistir nesse desagradável fenômeno - o poeta Nauro Machado figura entre os mais "vitimados". E não me parece que haja maior e mais triste in-justiça. (...) Um problema, pois, esse Nauro Machado que nos oferece tantas e tão imensas possibilidades de abordagem. Seja como for, a abordagem dessa obra de Nauro Machado, num ensaio crítico, por mais sucinto que seja, não se tornará tarefa simples ou fácil. (Octávio de Faria).
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COSA MENTALE
De olhos fechados penso o morto,
duro e estendido sobre o porto
onde chegou com seus haveres.
(Se olhos fechados vêem tudo,
dobrada a língua, fala o mudo,
perdido o Todo, achas o tereis).
Olhos pensados penso os olhos.
E se de olhos defuntos molho
os meus com uma outra visão,
fechando os olhos com que vejo,
sei que a morte ainda é desejo
da vida que é imaginação.
(Poema do livro "OPUS DA AGONIA")
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