
Jornalista Orquidea Santos
"Abrir a porta é, simbolicamente, vencer o ego e o medo da perda. É um ato de desapego, um exercício de confiança de que a liberdade compartilhada é mais duradoura que a posse aprisionante". (Mhario Lincoln).
"(...) A frase Quer ter liberdade? Então, abre a porta para o outro sair?, de Mhario Lincoln, condensa um profundo paradoxo existencial e relacional: a liberdade verdadeira não se manifesta na posse ou no controle, mas na capacidade de deixar o outro ser — inclusive, deixá-lo ir. Sob a lente psicológica, a citação toca o cerne da maturidade emocional. Muitos confundem liberdade com ausência de vínculos, mas Lincoln a redefine como o gesto altruísta de quem compreende que o amor, a amizade ou qualquer relação saudável só subsiste na autonomia.
No campo social, o impacto da frase é igualmente relevante. Em tempos de polarizações e relações marcadas pelo controle e pela vigilância — tanto nas esferas íntimas quanto nas coletivas —, a ideia de “abrir a porta para o outro sair” ecoa como uma defesa da convivência baseada no respeito e na diversidade. Ela sugere uma ética do convívio onde o limite entre o eu e o outro é sustentado pela empatia e pela aceitação das diferenças. Lincoln, ao unir a delicadeza poética ao vigor filosófico, provoca uma reflexão sobre como sociedades verdadeiramente livres são aquelas que sabem permitir a saída, a escolha e o espaço do outro — sem medo, sem rancor e sem prisão".
*Orquídea Santos, Editora da Plataforma Nacional do Facetubes e Chefe da ASCOM da Academia Poética Brasileira.
Mín. 13° Máx. 18°