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Bebês “reborn” dividem opiniões e despertam debate sobre maternidade e saúde emocional

Até onde essa nova onda vai levar os brasileiros e brasileiras?

Mhario Lincoln
Por: Mhario Lincoln Fonte: Editoria-geral da Plataforma Nacional do Facetubes
19/05/2025 às 17h05 Atualizada em 19/05/2025 às 17h42
Bebês “reborn” dividem opiniões e despertam debate sobre maternidade e saúde emocional
Arte: Ginai/Mhl

Editoria-geral da Plataforma Nacional do Facetubes

 

O fenômeno dos bebês reborn ganhou as prateleiras, os corações de muitos e agora, o centro de um intenso debate cultural e psicológico. Enquanto alguns os consideram ferramentas terapêuticas para lidar com a dor, a perda ou o desejo não concretizado da maternidade, outros veem nessa prática um sintoma alarmante do colapso emocional e espiritual da sociedade contemporânea.

 

A febre dos bonecos hiper-realistas, moldados em silicone e pintados artesanalmente para simular bebês reais, não é apenas uma excentricidade ou moda passageira. Para uma geração cada vez mais anestesiada pela solidão e pelo niilismo, eles se tornaram substitutos emocionais de filhos.

 

O que à primeira vista pode parecer inofensivo ou até comovente, para críticos do fenômeno representa a negação violenta da realidade: adultos em pleno uso de suas faculdades mentais alimentam, vestem e criam vínculos afetivos com bonecos sem vida, em um simulacro que beira o ritual.

 

 

Essa maternidade fictícia não se limita ao ambiente doméstico. Há encontros de "mães reborn", chá de bebê, ensaios fotográficos e até creches destinadas exclusivamente a esses bonecos. A indústria prospera, oferecendo desde enxovais completos até serviços psicológicos para validar a experiência. Influenciadores promovem a prática, psicólogos emudecem, e a sociedade, em muitos casos, aplaude. Trata-se, segundo analistas críticos, de uma epidemia psíquica que transforma a insanidade em estilo de vida.

A prática dos bebês reborn é lida por muitos como uma tentativa desesperada de preencher um vazio existencial. Em um mundo onde o sofrimento real é evitado a qualquer custo, simular o afeto torna-se mais fácil do que enfrentar a dor, a morte e os desafios da maternidade autêntica. É uma escolha que, para seus opositores, não cura, mas afunda ainda mais os envolvidos na alienação, oferecendo um consolo ilusório para uma dor verdadeira.

 

Paradoxalmente, enquanto bebês reais são abandonados, abortados ou vivem à margem, os bebês reborn recebem cuidado, atenção e investimentos financeiros significativos. Isso escancara uma contradição social: a romantização do afeto plástico e a marginalização da vida real. Para os críticos mais ferrenhos, estamos diante de uma humanidade que prefere o faz de conta à dureza do real, que embala bonecos frios com amor histérico enquanto negligência crianças de carne e osso.

 

Entretanto, há vozes dissonantes nesse debate. A psicóloga clínica e terapeuta infantil Beatriz Moura defende que os bebês reborn podem desempenhar um papel benéfico em contextos específicos. "Em alguns casos de luto, infertilidade ou transtornos de ansiedade, o uso controlado e acompanhado desses bonecos pode ajudar no processo terapêutico. Não se trata de substituir a maternidade real, mas de oferecer um meio simbólico de expressão emocional", explica a especialista. Para ela, como em qualquer ferramenta terapêutica, o uso ético e supervisionado é o que define seu valor.

 

A discussão segue acalorada, refletindo tensões profundas sobre o que é real, o que é simbólico, e até onde a sociedade está disposta a ir para anestesiar suas dores mais profundas. No vídeo abaixo, recuperado do Facebook, Karina Michelin faz uma dura crítica a esse novo fenômeno. O vídeo é postado aqui nesta matéria, a fim de que, ambos os lados – os favoráveis, enquanto terapia controlada e os não favoráveis - possam discernir melhor sobre o caso dos bebê reborn. A Plataforma Nacional do Facetubes exerce, aqui, apenas um instrumento de divulgação do fato.

 

VÍDEO-BÔNUS

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ELISA LAGOHá 3 semanas São LuísUm "fenômeno" desolador que reflete um lastro de solidão, de desprezo, de ansiedade, que leva as pessoas a viverem num mundo de fantasias, a enfrentar a realidade. É lamentável e, ao mesmo tempo, preocupante.
Keila Marta Há 4 semanas São LuísAcho que isso só confirma a pandemia de depressão e outros problemas neuroemocionais, o quanto que as pessoas querem acalmar as suas aflições emocionais fugindo da realidade,pois brincar de boneca é coisa de criança, é uma fase de imitação que é logo passa e é superado. Acho que esses colecionadores compulsivos devem ser tratados com psicólogos ou psiquiatras para isso não gerar grandes perturbações ao judiciário ou ao SUS com pedidos de guarda e cuidados de saúde para esses brinquedos.
Keila MartaHá 4 semanas São LuísMuito pontual esse tema, vejo essa moda como uma fantasia coletiva egocêntrica, causada por diferentes fatores emocionais e psicológicos e outros só pela onda do momento que alimenta a loucura muitas pessoas. Porque se fosse só pelo amor a criança, existem tantas em filas esperando uma adoção que nunca chega e os orfanatos permitem o apadrinhamento, o adulto pode visitar, doar brinquedos, atenção, carinhos e mantimentos, alguns mimos.
Fernanda Há 4 semanas Sao luis O Facetubes antenado com o que acontece na sociedade. Parabéns! Ter um bebê Reborn não me parece preocupante, porém, tratá-lo como bebê real, fazer festinhas, reuniões em pracinhas, páginas nas redes sociais mostrando o dia a dia dos bebês, isso denota que alguma coisa não vai bem na sociedade. Socorro!
Pedro Sampaio Há 4 semanas Fortaleza Ce Boneca e Boneco, de silicone feito gente Tratado como:Se fosse Filho amado Adulto se passando por Criança inocente Comportamento, com foco desequilibrado Gente cobrando, pra se ter atendimento Em Creches, Escolas e até em Hospitais Até Parlamentares maculando Parlamento Querendo criar leis, para direitos iguais Boneca na cena, em Câmara Municipal E um Vereador, passa por débil mental Tratando uma Boneca, plenamente como Filha Tá na hora da paranóia, por todos
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