JOGO DA SEDUÇÃO (Crônica)
Nauza Luza Martins
Queria apenas deitar ao seu lado, sentir sua respiração, o modo como se move na cama. Observar. Essa sua boca tão beijável. Agora não. Ainda não é tempo. Você ainda tem que me aprender. Então, o beijarei com total sofreguidão, farei a festa do beijo. Tua boca toda minha livre só para meu prazer. Ainda aguardo você me aprender. Conhecer as nuances do meu corpo para tocá-lo com maestria que me faça perder o fôlego e me deixe em intensa agonia.
Deixarei que aprenda a esperar, ficar me olhando, do jeito que quiser. Fecharei meus olhos, sentirei a força do seu querer apenas por me olhar. Lado a lado assim, sentindo seu cheiro, sua respiração meio ofegante ao som da música suave que enche todo o espaço do quarto. Não pense que estou fazendo você sofrer. Está me aprendendo tudo para o meu prazer. No final, farei minha festa em seus lábios sedutores.
Repassaremos juntos as lições aprendidas, até podemos parar um pouco para uma taça de vinho. Importante prelúdio do aprendizado. Você continua me aprendendo, no meu ritmo, no meu tempo. Já o conheço bem. Enquanto você se esbaldou por tanto tempo em seu próprio prazer, observei, aprendi. Chegou minha vez. Quero que você também aprenda a me agradar a me enlouquecer de prazer. Tenha calma, temos tempo.
Ainda não é a hora certa. Vamos tentar dormir um pouco. Um breve interstício, um interlúdio em seu aprendizado. Na madrugada, quando ouvir o canto do bem-te-vi anunciando o alvorecer faremos alguns ensaios e revisões das lições aprendidas.
(Lua de Vênus)
Direitos reservados à autora: Nauza Luza Martins
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