Um orgulho ter trabalho ao lado dele
Na apresentação do livro - Luzes do Amanhã - do cantor, poeta, trovador, humanista, professor e ex-governador do Maranhão, dr. José de Ribamar Fiquene, (com quem trabalhei desde quando ele ainda era vice-governador, depois governador), o crítico literário Francisco Jeferson de Araújo Teles, assim se expressou:
"O livro ilustra um caldeamento entre amor e a alegria, a fé e a esperança, o trabalho e o sucesso. Emergem belíssimas introspecções sedimentadas em vigorosos argumentos, conselhos salutares, pensamentos enriquecedores promanados da prudência do magistrado, da sapiência do professor e da honorabilidade de um político respeitável. Fiquene, mesmo exercendo funções estatais, nunca se afastou das artes, e, em peculiar, da literatura. As crônicas ora reunidas, não abrangem pura e simplesmente cenas do cotidiano, vez que seu autor alça voos mais altos em busca de explicações para as facetas e revezes da vida, perscrutando a alma humana em seus recônditos mais profundos. A leitura torna-se agradável à proporção que não se observa uma linha contínua de abordagens, todavia, uma variabilidade de temas de elevada grandeza moral e significativo valor filosófico e espiritual. Este livro foi escrito e vem a lume, assim, sob a influência da seriedade e do bem, exsurgindo como um fanal, como verdadeiras luzes... "Luzes do Amanhã". Merece, portanto, vigorosos aplausos."
NOSSA VISÃO
*Mhario Lincoln
Com certeza, há de se elogiar essa obra. Em uma análise da obra "Luzes do Amanhã" do Dr. José de Ribamar Fiquene, não podemos deixar de notar que o autor ratifica a essência de renomados escritores brasileiros que exploraram as mesmas profundezas da condição humana. Fiquene, época de governador do Maranhão, sempre encontrou uma harmonia rara entre as responsabilidades do Estado e sua paixão pela literatura, evocando o espírito de autores célebres como Machado de Assis e Guimarães Rosa.
As crônicas apresentadas nesta coleção transcendem o mero relato do cotidiano, assim como Machado de Assis o fez com maestria em suas obras, por exemplo, explorando as complexidades do amor, da dúvida e da perspectiva, temas que também permeiam as páginas de "Luzes do Amanhã".
Fiquene, de maneira semelhante a Machado, utiliza sua prosa para escavar as profundezas da alma humana, oferecendo ao leitor reflexões enriquecedoras e insights profundos.
Em “Luzes do Amanhã”, meu inesquecível amigo (meu e do músico e produtor musical Chiquinho França - veja abaixo em vídeo-bônus), Fiquene não apenas oferece uma visão profunda da vida, mas também encarna um farol de sabedoria, de iluminação espiritual, merecendo os mais efusivos aplausos.
Um detalhe que comprova tudo isso escrito acima: quando eu lhe era assessor, na sede da vice-governadoria do Maranhão, em frente ao antigo Cine Roxy, centro de São Luís, Fiquene me disse, diante de um ex-colega de trabalho com o qual discuti indisciplinarmente sobre termos de uma Nota Oficial que seria divulgada naquele dia: "É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?", usando um dos versos de Cecília Meireles.
Como se vê, um homem que da cultura, fez do norte das barrancas do rio tocantins, sua vida. Abaixo, reproduzo duas crônicas do livro em apreço:
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Amaral Raposo
José de Ribamar Fiquene
“Ele se agigantava buscando os métodos gramaticais encontrados em vários autores notáveis”
Nos melhores cuidados gramaticais, chega o purista e clama belo o idioma pátrio pela riqueza vocabular e literária na identificação da estética lidima, chega o cronista colocar no lugar de destaque a beleza da ideia e da forma. Na demonstração de conhecimentos, chega o mestre do vernáculo, não deixando de explicitar as mínimas regras das análises léxica e sintáxica. No domínio perfeito das palavras variáveis e invariáveis chega o poeta ilustrando a história literária do Maranhão contemporâneo.
E com a luminosidade ora mencionada que me refiro ao grande maranhense Amaral Raposo, meu patrono na Academia Imperatrizense de Letras.
Clamar-lhe o brio e a honra é fácil. Dizer-lhe a lealdade criteriosa é justo. Ressaltar-lhe a grandeza gramatical do idioma pátrio é digno.
Amaral Raposo ia a Imperatriz, às vezes. Fizemos uma agradável amizade através dos violões e das gramáticas. As cantigas e os poemas faziam as festas seresteiras. E tínhamos também presença à Escola Técnica de Comércio de Impera- triz, que fundei e era o Diretor. Ali, Amaral Raposo se extravasava, lecionando, de quando em vez, para as turmas de curso médio, a sintaxe de concordância, de regência e de colocação, dentro da didática aplicada aos textos da prosa e da poesia.
Ele se agigantava buscando os métodos gramaticais encontrados em vários autores notáveis, especialmente o culto Napoleão Mendes de Almeida. Amaral ficava visivelmente gratificado com as perguntas dos alunos. Ele fazia questão de que eu permanecesse em classe. Ocasião em que trocávamos ideias acerca dos assuntos explicados.
Certa vez, terminada a preleção didática, Amaral se despedira da turma assim: "Pronto! Mais uma aula! Vocês improvisaram um novo professor! Vou sair daqui feliz! O Fiquene é que sabe, quando devo voltar! Mas o certo é que esta Escola passou a morar no meu coração!".
E as palmas de agradecimento surgiram, espontaneamente. Agora, todos sabem: Amaral Raposo, em Imperatriz, é nome de Escola. Hoje, a Escola Técnica Amaral Raposo pertence ao Estado do Maranhão
O acadêmico ilustre Sálvio Dino, recomendado pela augusta Academia Maranhense de Letras, acaba de proferir, em São Luís, uma conferência brilhante, expondo a trajetória lítero-musical do também acadêmico maranhense Amaral Raposo, que deixou saudade imensa, mas que permanece vivo e cultuado no centenário de nascimento.
O rio Tocantins
José de Ribamar Fiquene
A poesia cintila o garbo na paisagem límpida, colorindo a contemplação da folhagem ribeirinha, onde os passarinhos espreitam a gratidão da vida com a natureza!
Foi pelo rio Tocantins, fluente e caudaloso no inverno que a cidade de Imperatriz floresceu com trajetória importante. Frei Manoel Procópio imaginou a prosperidade dela como capital econômica e cultural da região tocantina. Faz pois, muitos anos que Imperatriz se engalana nos caminhos da evidência sem desprezar seu rio precioso.
As convergências de sustentação preparam a evolução e beleza, sem que se esqueça o rio majestoso! As evidências prosperam o santuário da terra com a proclamação das águas límpidas do rio puro!
As conquistas de todos os matizes se estendem no acolhimento da educação para determinar a façanha do trabalho e da civilidade, banhados pelo rio da confraternização!
A determinabilidade comparece com a esperança segurando o esteio da soberania das águas!
Os ventos sopram na direção do destino imperatrizense, demonstrando as diretrizes da conduta briosa de um povo bom e simpático que se mira no rio colossal!
As orações penetram no céu da pátria para fortalecer a substância afetiva de glória e bênçãos, subindo à encenação da natureza que desenha as águas da felicidade!
Ó rio encantador!
A conjugação de elementos se difunde na necessidade daqueles que te procuram à satisfação de melhores momentos!
Ó rio de muitas plagas!
A agilidade da correnteza que passa promovendo o sucesso de teu povo tem na consumação do efeito a verdadeira peregrinação do entusiasmo!
Ó rio de menção sentimental!
A poesia cintila o garbo na paisagem límpida, colorindo a contemplação da folhagem ribeirinha, onde os passarinhos espreitam a gratidão da vida com a natureza!
Ó rio Tocantins de alegria!
És o marco divisório dos Estados do Maranhão e do Tocantins, numa colocação auspiciosa e legal. Serás, amanhã, o berço fluvial e divisório do Estado do Maranhão do Sul. Não haverá prejuízo a ninguém! O povo, que será beneficia- do, conclama, crê, implora e traduz o evangelho da união e do progresso, ovacionando o tempo, a época e a história! Amanhã, o Estado do Maranhão do Sul será a nova estrela da bandeira nacional! E as águas do rio marcante darão vivacidade à circunscrição nova, com o amparo do Direito e o apogeu do Brasil!
Dedico esta crônica aos caros amigos Joaquim Paulo, Carlos Lima, Edison Caldeira, Agostinho Noleto, José Ramalho, Fernando Antunes, Jéferson Teles e Ildon Marques: apóstolos do Estado do Maranhão do Sul.
VÍDEO-BÔNUS
Pela grande amizade que nutria por José Sarney, José Ribamar Fiquene compôs a letra e música de "SARAMINDA", mesmo nome do romance de sucesso do ex-presidente, lançado em vários países. Chiquinho França produziu 3 CDs com Fiquene e mais um, com artistas amigos dele que interpretaram suas composições.